Memórias do Bixiga

HOME
| HISTÓRIA | ARTE E CULTURA | ESPECIAIS | PERSONAGENS

A Feirinha de Antiguidades do Bixiga


Por Priscila Fonseca e Eloisa Mercuri

Desde 1982, todo domingo, na Praça Dom Orione, é realizada a Feira de Antiguidades do Bixiga. Diversos objetos antigos são vendidos por lá, desde móveis de época, LPs, roupas, revistas antigas, brinquedos e prataria. Ainda, é possível fazer trocas.

A repórter Eloisa Mercuri fez um passeio no local. Confira no vídeo e corre para lá!







Informações: O Bixiga fica entre as ruas Major Diogo, Avenida Nove de Julho, Rua Sílvia e Avenida Brigadeiro Luís Antônio, no bairro da Bela Vista.  A feirinha fica na Praça Dom Orione, próxima das cantinas italianas.

Horário de funcionamento: Das 09:00 às 18h, somente nos domingos.

Read more
Posted in especiais

Armandinho do Bixiga e sua história de amor pelo bairro


Por Eloisa Mercuri

Armando Puglisi nasceu em 1931, no bairro da Bela Vista, em São Paulo. Ele é o mais conhecido morador do bairro e foi o principal divulgador do Bixiga. Criou o já extinto Jornal do Bixiga, foi diretor e presidente da escola de samba Vai-Vai e desfilava todos os anos no Bloco dos Esfarrapados. Sua influência com políticos da época trouxe ao bairro a evolução, com capeamento, iluminação e geração de empregos.

Na casa em que nasceu, na Rua dos Ingleses, ele criou o Museu Memória do Bixiga. Todo o acervo foi doado pelos vizinhos e recolhido pelo próprio Armandinho. “Ele trabalhou pelo bairro”, diz Ângelo Pellegrino Neto, nascido e criado no Bixiga, e hoje responsável pelo museu. 

Para homenagem o seu criador, existe uma sala especial contando sua trajetória e seus maiores feitos. "Temos aqui o uniforme que ele usou quando era diretor da Vai-Vai, a boina que ele adorava usar e um exemplar do jornal que ele criou", diz Ângelo. O museu atualmente passa por uma revitalização.

Museu Memória do Bixiga (Crédito: Eloisa Mercuri)


O bolo de aniversário de São Paulo

Quem não conhece o famoso bolo de aniversário de São Paulo? Foi Armandinho que criou a tradição de comemorar a data com um bolo gigante, com um metro correspondente a cada ano que a cidade completava.  A ideia surgiu em 1985 e continua até hoje, na Rua 13 de Maio. Após a sua morte, em 1994, a tradição foi mantida. Todo ano, às 5 horas da manha o bolo começava a ser montado e só ficava pronto por volta das 11 horas. Após a celebração e os parabéns, o bolo era cortado e distribuído para a população. O doce era devorado em 20 segundos, por esse motivo, evento foi cancelado por alguns anos.

Porém, no dia 25 de janeiro, quando São Paulo completou 458 anos, o bairro voltou a repetir. No princípio, o bolo era uma junção de vários bolos retangulares, confeccionados pelos próprios moradores em suas casas e untados com o mesmo glacê para dar a impressão de um só. Unidos sobre mesas acreditava-se que tinha a extensão do número do aniversário da cidade.

Depois a coisa foi ficando cara e complicada. O bolo passou a ser feito em cozinha industrial, mas continuou provocando muita polêmica pela balburdia que acontecia no final do “parabéns para você…”, quando todos avançavam no bolo. Isso contribuiu para o recesso e o retorno mais “civilizado” do evento. 

Em 25 de janeiro de 2012, o bolo com o tamanho do aniversário da cidade ficou na imaginação. Os que foram ao Bixiga ganharam mini-bolos de pão-de-ló (de 300 gramas cada um), devidamente embalados, ofertados pelo Pastifício Renata, da cidade de Sumaré. Foram oito mil unidades.

Reportagem  do bolo, com Walter Taverna, grande amigo de Armandinho (Créditos: Eloisa Mercuri)

Walter Taverna, autoproclamado primeiro-ministro da “República do Bixiga” herdou de Armando Puglisi a responsabilidade pelo bolo. Foi o criador do hoje semi-abandonado "Museu de Memória do Bixiga". Eles foram muito amigos.

Taverna ainda continua morando no bairro, tem uma cantina, e realiza muitos projetos sociais na região.









Read more
Posted in personagens

Por que um bairro afro italiano?


Por Priscila Fonseca


Apesar de ser considerado um bairro italiano, a presença dos negros para a construção cultural do Bixiga também teve uma grande importância.

O Bixiga é uma das mais importantes regiões onde se desenvolveu o samba paulista, e ainda abriga a Vai-Vai, única escola de samba que permanece ativa no centro da cidade.

O jornalista Márcio Sampaio de Castro, descendente de negros, escreveu  o livro "Bexiga: Um Bairro Afro-Italiano", onde é possível entender sobre esta presença cultural tão marcante na região:

  • No bairro, ocorreu o "fenômeno dos quilombos urbanos", pois nele vinham se esconder negros (que fugiam das casas de famílias brancas na cidade e das fazendas de café) durante o período da escravidão.
  •  Os imigrantes italianos, vindos principalmente da Calábria nos séculos 19 e 20, ocupavam as áreas mais altas, na época, conhecida como Morro dos Ingleses (onde não ocorriam enchentes). Já os negros se alocavam nas margens do Rio Saracura.
  • A área próxima ao rio Saracura (onde se localiza a escola de samba Vai-Vai) foi conhecida por um tempo como "Pequena África", devido à quantidade de negros que viviam ali. O batuque e o samba deles era motivo de repressão do Estado, pois a "polícia ali chegava quebrando os instrumentos musicais".
  • Uma das histórias contadas no livro aborda o nascimento da Pastoral Afro, na paróquia de Nossa Senhora de Achiropita.
  • Com o passar dos anos, muitos grupos de Capoeira surgiram na região, atualmente encontra-se os Quilombolas de Luz, e a Escola Zungu Capoeira. Também existem vários professores de capoeira que ministram aulas em ONGs e academias do bairro.




Read more
Posted in historia

Conheça 10 curiosidades sobre o Bixiga


Por Priscila Fonseca


Conhecido como o bairro italiano de São Paulo, o Bixiga apresenta diversas opções de lazer, tanto na parte cultural, como na gastronomia que é muito presente na região, com as belas cantinas italianas.

E para deixar você apaixonado pela região, o Memórias preparou 10 curiosidades. Confira:

1 - A ocupação oficial foi no ano de 1559;

2 - O nome Bixiga vem de Antônio "Bexiga", um homem que comprou a antiga chácara das Jabuticabeiras, que anos mais tarde, ficou conhecida como Chácara do Bexiga.

3 - A maior parte dos imigrantes italianos que se instalaram no Bixiga eram da região da Calábria na Itália;

4 - No Brasil está a maior colônia italiana fora da Itália, entre imigrantes e descendentes;

5 - No bairro, está o curioso Museu dos Óculos, com mais de 700 peças, que conta a história do acessório;

6 - A Escadaria “Dom Orione”, separa a parte alta, da baixa que interliga a diferentes pontos da região. Na década de 60, ela separava os ricos dos pobres, já que na parte de cima ficavam os grandes casarões, e na de baixo, as residências humildes. É tombada pelo Patrimônio Histórico do Município (PHM);

7 - A novela Dona Xepa, da Rede Record, foi gravada no Bixiga, assim como a atual “Amor à vida”, da Rede Globo.

8 - Todo domingo, acontece a tradicional Feirinha do Bixiga, na Praça Dom Orione. Uma feira para colecionadores, onde é possível encontrar discos, objetos raros, entre outras antiguidades;

9 - A atriz Laura Cardoso nasceu no bairro, no dia 13 de setembro de 1927. Filha, neta e bisneta de portugueses que moraram na região;

10 - O famoso cantor e compositor Guilherme Arantes também nasceu no bairro. Ele gravou um DVD ao vivo pela Sony Music, no Teatro Mars
 no velho Bixiga;
Escadaria Dom Orione, um dos pontos turísticos da região (Créditos: Priscila Fonseca)


Read more
Posted in especiais

A Festa da Nossa Senhora Achiroppita


Por Eloisa Mercuri

Todo mês de agosto, há 87 anos a paróquia realiza a tradicional “Festa de Nossa Senhora Achiroppita” que gera lucros para a realização das obras. É uma bela festa com mais de 30 barracas de comidas típicas italianas, espalhadas pelas ruas ao redor da Igreja, com mais de 950 voluntários que se dispõem a trabalhar na festa que homenageia a padroeira do bairro.

(Créditos: Eloisa Mercuri)
(Créditos: Eloisa Mercuri)
Mais de 250 mil pessoas passam pelo Bixiga todos os finais de semana em que acontece a festa, isso faz girar a economia do bairro e todo o dinheiro é revertido para as obras da igreja, que praticamente compraram o quarteirão ao redor da paróquia, fazendo o bem e ajudando muitas pessoas.

Read more
Posted in especiais

Bixiga: reduto da arte


Por Eloisa Mercuri

Querem assistir um espetáculo de qualidade em teatros históricos fundados por renomados artistas? Então venha para o Bixiga!  O Memórias preparou um guia especial. Vale a pena conferir!

O Teatro Bibi Ferreira
Bibi Ferreira, filha do ator Procópio Ferreira e da bailarina Aida Izquierdo, foi homenageada tendo seu nome em um dos teatros mais renomados de São Paulo.
O local foi fundado na década de 30, e já acolheu em seus palcos artistas consagrados, como Fernanda Montenegro, Raul Cortez, Paulo Autran, Marília Pera, Elis Regina, entre outros.  Ele está localizado há mais de 40 anos na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, número 931.
(Créditos: Eloisa Mercuri)

Ruth Escobar na vanguarda teatral
Ruth Escobar junto com a colônia portuguesa no ano de 1963 criou um grande complexo cultural de admirável e ampla arquitetura. Todos os grupos culturais queriam se apresentar no teatro, que na época era um dos mais luxuosos de São Paulo. 

A moderna dramaturgia brasileira se identificou definitivamente com os espetáculos: “Roda Viva” de Chico Buarque de Holanda, “Fabrica de Chocolates” de Mario Prata, “Romeu e Julieta” de Shakespeare, entre outros, que estão expostos na galeria de fotos dentro do teatro.  Quem visitar terá a oportunidade de ver de perto todo este acervo cultural.

Sérgio Cardoso e seus espetáculos de dança
O que falar do teatro Sérgio Cardoso que leva o nome desse magnífico ator?  O espaço foi inaugurado em 1980, e é um dos mais recentes do Bixiga, mas nem por isso com menos prestígio.
O próprio ator Sérgio Cardoso, Paulo Goulart, Antonio Fagundes, Claudia Raia, Drica Moraes, Dercy Gonçalves, entre vários outros artistas, passaram por lá. Com a inauguração da sala Carlos Magno Paschoal, grande e moderna, os espetáculos internacionais, como dança, shows e orquestras ganharam mais espaço.
Localizado na Rua Rui Barbosa, número 153, ele foi revitalizado por Mário Covas, e hoje é um dos principais espaços culturais do bairro, cheio de atrações para quem o visita. 
(Créditos: Eloisa Mercuri)

Teatro Raul Cortez
A Federação do Comercio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) fez uma homenagem ao autor Raul Cortez, consagrado nome da arte cênica. Seus personagens continuam na memória do público, e por esse motivo, o teatro leva o seu nome.
O espaço foi inaugurado em 2005. Localizado na Rua Dr. Plínio Barreto, número 285. Atualmente, a peça “Três dias de chuva” com direção de Jô Soares, e atuação dos atores Petrônio Contijio e Carolina Ferraz, está em cartaz.
Ainda, quem quiser rir muito, não pode deixar de prestigiar “Divórcio”, direção de Octávio Martins e grande elenco. Uma eletrizante comédia. Vale a pena conferir.
(Créditos: Eloisa Mercuri)

Teatro Cine Paramount
O Teatro Cine Paramount, na Brigadeiro Luiz Antônio , rebatizado como Abril e agora novamente renomeado como Renault , carrega uma marcante história cultural. Sua inauguração, no ano de 1929, registra o primeiro cinema sonoro da América Latina. Passaram por lá, estrelas internacionais como Nat King Cole e Maurice Chevalier.
Um incêndio fez com que as portas se fechassem durante anos, mas após um investimento de 10 bilhões de reais, o espaço reinaugurou suas atividades em grande estilo, com clássicos da Broadway como “A Bela e a Fera”, “O Fantasma da Ópera”, “Miss Saigon”, e o renomado” O Rei Leão”.
Foi neste teatro também, que em 1967, o cantor Sergio Ricardo, enquanto tentava apresentar Beto bom de Bola, foi vaiado. Enfurecido quebrou o violão e atirou o instrumento na plateia. Ainda, neste mesmo palco, em 1968, Tom Zé levaria o primeiro lugar com o “Festival São Paulo Meu Amor”. 
(Créditos: Eloisa Mercuri)


Read more
Posted in arte e cultura

Elis Regina & Adoniran Barbosa: Um samba no Bixiga


Por Priscila Fonseca

Em meio a efervescência cultural e musical que surgiu na década de 60, no Brasil, muitos programas fizeram história na Rede Record, e um deles, em especial, foi o “Fino da Bossa”, apresentado por Jair Rodrigues e Elis Regina.  Na época, a atração recebia grandes nomes da MPB.

Em 12 de julho, de 1965, o convidado foi Adoniran Barbosa. O sambista recebeu o convite da própria Elis. A histórica entrevista durou 10 minutos. O compositor divertiu a plateia, e especialmente a apresentadora, com as músicas “As Mariposas” e “Um Samba no Bixiga”. Ainda, durante o programa, a dupla cantou “Prova de Carinho” e “Bom dia tristeza”.

O áudio, encontrado no site da rádio Jovem Pan, pode ser ouvido logo abaixo.


Um dueto que entrou para a história

O bairro não poderia ser outro: Bixiga, e o ano? 1978. O encontro especial de Adoniran Barbosa com Elis Regina cantando as músicas “Iracema” e “Um samba no Bexiga”, alegraram a tarde de muitas pessoas que passavam pelas ruas da região.

Após a festa no Bar da Carmela, Adoniran levou Elis para conhecer as ruas do famoso bairro boêmio.

Confira no vídeo, o grande encontro.




Read more
Posted in personagens

A curiosidade por trás das músicas de Adoniran Barbosa



Por Priscila Fonseca
Filhos de imigrantes italianos (seus pais vieram de Veneza para Valinhos, em São Paulo), João Rubinato, mais conhecido como Adoniran Barbosa, pai do samba paulista, encantou as ruas do Bixiga com suas lindas composições.


Em suas letras contribuiu com uma fala própria, puxada ao italiano, com o som dos bairros populares onde se formo uma espécie de cultura paulista, celebrada por Alcântara Machado, Oswald e Mário de Andrade.
Nos sambas, usou pausas quase obrigatórias, forçando a intervenção dos violões com um estilo próximo das músicas do interior. Muitas delas têm uma história contada pelo próprio Adoniran para o especial da Abril “História da Música Brasileira”, com textos do jornalista, na época, Ubiraja Coutinho. O disco de vinil com todas essas curiosidades foi lançado no ano de 1972.

Para quem é fã e quer ter uma antiguidade desta guardada, pode encontrar esse disco em sebos no próprio Bixiga e na Praça da Sé.

Disco de vinil Adoniran Barbosa e Paulo Vanzolini - Especial Editora Abril (Créditos: Priscila Fonseca)


Histórias por trás das músicas de sucesso

Trem das Onze: O maior sucesso de Adoniran Barbosa. A letra é simples e o tema fiel aos problemas enfrentados pelas classes sociais que moram longe dos centros urbanos. A música tem ainda uma versão na voz dos "Demônios da Garoa". A canção foi gravada em 13 de agosto de 1964.




Samba do Arnesto: A exemplo do que ocorre com a maioria das composições de Adoniran, esta também é baseada num fato real: o boêmio por excelência, jamais dispensou convite para um bom samba. Durante um passeio, com os amigos Joca e Mato Grosso, encontraram um lugar chamado “Arnesto” fechado. A ideia para o samba surgiu no bonde, durante o caminho de volta. Ela foi gravada em 14 de outubro de 1971.






Saudosa Maloca: Na Rua Aurora, havia um casarão abandonado, o antigo Hotel Albion, onde hoje está o Cine Áurea, que na época, era um abrigo para pessoas. Adoniran frequentava o local e tornou-se amigo de Joca e Mato Grosso que viviam no casarão. Quando foi iniciada a demolição do lugar, Adoniran passou por lá e não encontrou vestígio dos amigos. “Sumiram”, ele conta, “fiquei triste com a ideia de fazer samba para eles. Tava na rua andando do Viaduto do Chá para a Quintino Bocaiúva, e o samba foi saindo, letra e música tudo junto”, disse em reportagem. Além de documentar o samba da cidade, a exemplo da maioria das composições de Adoniran, essa canção é importante por que registra a linguagem popular, tal como é falada cotidiamente.





Read more
Posted in personagens

A fé que move um bairro no coração de São Paulo


Por Eloisa Mercuri

A Igreja da Nossa Senhora Achiropita, surgiu em Rossano Cálabro no século XII. Veio com os imigrantes italianos que deixaram seu país em busca de melhores condições e se estabeleceram em São Paulo, mais precisamente no bairro do Bixiga, que era uma chácara na época. 
A imagem da santa, nos primeiros anos deste século, ficava na casa de José Falcone, onde várias pessoas se reuniam para fazer novena. Ela era colocada em um altar de madeira erguido na Rua Treze de Maio, onde também eram realizadas as missas.

(Créditos Eloisa Mercuri)

As primeiras manifestações de rua em louvor à Achiropita começaram em 1910, quando a primeira comissão de festas foi formada. Os calabreses haviam decidido comprar um terreno para construir uma capela para Nossa Senhora e precisavam angariar os recursos necessários. Deu-se início às quermesses de rua e à procissão à santa.
(Créditos: Eloisa Mercuri)

Em 1918 com o dinheiro arrecadado nas comemorações de agosto, foi erguida uma capelinha de construção simples que mais parecia um quarto grande. Posteriormente, os festeiros compraram uma casa ao lado da pequena capela e ampliaram o espaço. Com a doação de 500 réis, feita por uma senhora do bairro, reiniciaram-se as obras e o telhado foi concluído.

A imagem da santa foi colocada em um pequeno altar, e as missas começaram as ser celebradas. O lucro resultante dos festejos, serviu para saldar pequenas dívidas anteriores. Dois anos mais tarde, compraram a casa atrás da igreja. Com o passar dos anos a paróquia foi perdendo os ares de capela e ganhando altares e novas construções.

(Créditos: Eloisa Mercuri)
(Créditos: Eloisa Mercuri)

Curiosidades
  • Dom Orione, fundador da congregação e responsável pela paróquia, esteve no Bixiga pela segunda vez em 1937 e impulsionou o trabalho desenvolvido pelos padres orionitas desde o começo da década de 20. Procissões, romarias e retiros eram realizados frequentemente e mostravam que a fé do povo continuava a crescer.
  • Atualmente, a paróquia possui um grande projeto social, o centro educacional "Dom Orione" que leva educação para centenas de pessoas do bairro, como a "Creche Mãe Achiroppita", o centro jurídico, albergues, posto de saúde, grupo da melhor idade, entre outras ações comunitárias voltadas para a comunidade.

Read more
Posted in historia

Mamma mia ! A gastronomia no Bixiga é de dar água na boca


Por Eloisa Mercuri

A cidade de São Paulo também é muito conhecida por sua rica gastronomia. Então aproveitando isso, por que não correr para o Bixiga e apreciar as cantinas italianas? Realmente vale a pena, sendo que  o bairro é o reduto da culinária italiana e muitos talentos vieram direto da Calábria para o Brasil.

O Memórias apresenta algumas opções que vocês não podem deixar de conhecer. Cada um desses restaurantes foram frequentados por personalidades marcantes 
no bairro.

Em uma dessas mesas, Adoniran Barbosa compunha suas letras, Sérgio Cardoso se reunia com seu grupo teatral, Procópio Ferreira jantava com Elis Regina, e Jardel Filho tomava um drink para discutir suas peças com Bibi Ferreira, entre outros artistas que tomavam as ruas da região como seu reduto.

Então, não percam a oportunidade!

A tarantela da C.. QUE SABE

Na “C... QUE SABE” a tradição começou desde 1931, quando a Mama Rosa fundou a cantina em sua própria casa. Ela era a matriarca da família. O restaurante italiano tem 75 anos e continua no mesmo lugar, na Rua Rui Barbosa, número 192. O chef Bruno Stippe, que assumiu o lugar do pai, Roberto Stippe, conhecido como “Roberto Gordo”, comanda os pratos da casa.
(Créditos: Eloisa Mercuri)

As massas são todas feitas na casa, e a cantina conta com 30 tipos de molhos diferentes. 

Roppertone e uma cerveja na Cantina Roperto


Andando um pouco pelo Bixiga, logo se avista a “Roperto”, fundada em 1942 pela mama Tereza. O prato principal é o “Fuzilli ao molho sugo com calabresa”. Já o “Roppertone – Polppetone”, exclusivo da casa, concorreu ao prêmio de melhor prato de São Paulo. O músico Adoniran Barbosa costumava jantar frequentemente nesse restaurante e fazia sempre questão de iniciar a refeição com um “Roppertone” e uma cerveja.
 (Créditos: Eloisa Mercuri)


As ostras de Antônio Fagundes


Para quem acha que só vai comer massas no Bixiga, está enganado. O “Mexilhão” possui um cardápio extenso, como assados, grelhados, camarões de todos os tipos e outras receitas saborosas e exóticas de frutos do mar. Os fornecedores são escolhidos a dedo para garantir o frescor dos ingredientes.
Uma das curiosidades do local, é que o ator Antônio Fagundes gosta de dar uma passada no restaurante pelo menos uma vez no mês para apreciar a especialidade da casa: “Ostras” com um misterioso molho de frutos do mar. Ele fica na Rua Treze de Maio, número 668.
 (Créditos: Eloisa Mercuri)

O restaurante com nome de filme italiano
Outra casa de tradição é a cantina Lazarella, que nasceu em 22 de abril de 1970. Os donos, filhos de italianos da cidade de Nápoles e Piemonte, escolheram o nome Lazarella devido à trilha musical de um filme feito por Domenico Modugno, músico italiano, gravado nos anos 50. O restaurante possui 18 tipos de molhos. O prato mais pedido é a “Lasanha Lazzarella”.
 (Créditos: Eloisa Mercuri)


A melhor carne da cidade está no Bixiga!
Quer comer a melhor carne de São Paulo? É no Bixiga que você também encontra. O “Templo da Carne Marcos Bassi” está no bairro desde 1979 e recebe o público com muita tradição e qualidade.
O restaurante é reconhecido por todos os críticos e especialistas como a melhor carne da cidade, atendendo aos mais exigentes gostos e paladares. O ambiente é um show para quem busca um jantar de gala, e uma iluminação bem natural.
 (Créditos: Eloisa Mercuri)

A centenária Capuano
Centenária mesmo é a cantina “Capuano”. Ela foi fundada em 1907 por Francisco Capuano, e comprada em 1961 por Angelo Mariano Luisi, que está no comando até hoje.  As especialidades da casa é o “Fusilli” feito à mão e o “Cabrito Ensopado”.

Rodízio de massas na Taberna
Ao lado da Capuano, a “Taberna do Julio” abriu suas portas pela primeira vez em 1966. Famosa pelo rodízio de massas, a cantina atrai um grande público e tem como frequentador o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

O macarrão preferido de Adorinan Barbosa
Adoniram Barbosa gostava muito de comer “Macarrão ao sugo” na cantina “Conchetta”, de propriedade de Walter Taverna, um dos sicilianos que mais lutou e ainda luta pelo Bixiga, desenvolvendo vários projetos sociais.

 (Créditos: Eloisa Mercuri)
 (Créditos: Eloisa Mercuri)

O nome do restaurante é em homenagem a uma grande amiga de Walter, que foi jornaleira no bairro. O proprietário ainda contou que Adoniran chegava e sempre pedia o macarrão e um copo com água, onde discretamente o sambista colocava sua velha cachaça.

 (Créditos: Eloisa Mercuri)

Quando se entra na Conchetta, a tradição manda bater um sino que fica exposto logo na entrada. É um costume italiano que significa “Simpatia Italiana” e traz sorte a quem badala.

                                                           

Read more
Posted in arte e cultura

Vai - Vai : o samba que embala o Bixiga


Por Eloisa Mercuri

"Quem nunca viu o samba amanhecer, vai no Bixiga pra ver, vai no Bixiga pra ver!"

História

Havia no bairro um time de futebol e um bloco carnavalesco chamado “cai cai” que  utilizava as cores preto e branco. Por volta de 1928, um grupo de amigos, liderados por Livinho e Benedito Sardinha, ajudavam a animar as festas realizadas pelo “cai-cai”, mas como eram penetras e bagunceiros, foram apelidados como a turma do “vae-vae”. Expulsos, eles criaram o “Bloco dos Esfarrapados”, e o “Esportivo vae-vae” que foi oficializado em 1930. 

O primeiro desfile oficial da escola de samba foi em fevereiro de 1930. O tema era sobre a cidade de São Paulo, e todas as fantasias predominavam o preto e branco.   
(Créditos: Eloisa Mercuri)

Símbolo
O símbolo representa uma coroa no centro do pavilhão, que não é uma referência à família Real Portuguesa, como muitos acham, e sim uma homenagem aos negros. Muitos pertenciam às famílias nobres na África, antes de chegarem ao Brasil como escravos. Eles utilizavam a expressão “Meu Rei” ou “Minha Rainha” como um tratamento cordial entre si.

Os ramos de café são uma homenagem aos barões que moravam na Avenida Paulista na época da fundação da Vai-vai e sempre contribuíam com a escola.

(Créditos: Eloisa Mercuri)
Imagens dos ensaios da Vai-Vai (Créditos: Eloisa Mercuri)
(Créditos: Eloisa Mercuri)

Por que Saracura?
O apelido Saracura foi dado por causa do rio Saracura que margeava o Bixiga. Antes da escola ser construída, um muro foi levantando em volta do local devido aos acidentes que ocorreram na época. Muitas pessoas morreram afogadas. O apelido tornou-se motivo de orgulho até hoje.
(Créditos: Eloisa Mercuri)
(Créditos: Eloisa Mercuri)
(Créditos: Eloisa Mercuri)


Curiosidades
  • Em 1970 a Vai-Vai não tinha uma sede oficial. Os ensaios eram realizados embaixo do Minhocão de São Paulo, que permaneceu ali até o carnaval de 1974;
  • Os instrumentos eram guardados pelos próprios componentes em suas casas;
  • Mestre Tadeu acompanhado de outros integrantes foram até o terreno na Rua São Vicente e fincaram a bandeira lá;
  •  Com a força da comunidade, aos poucos, os muros da quadra foram levantados em volta do Rio Saracura;
(Créditos: Eloisa Mercuri)
(Créditos: Eloisa Mercuri)
  • Na época em que a TV Globo transmitia a novela “O Bem Amado”, na trama, existia a “ tenda dos milagres”, a quadra ganhou este apelido também. Nos anos seguintes, ela foi coberta e permanece assim até hoje.
(Créditos: Eloisa Mercuri)
  • No Carnaval de 2014 a escola vem com o tema “Nas chamas da Vai-vai 50 anos de Paulínia”, que vai homenagear a cidade do interior com um enredo já contagiante que você irá conferir no vídeo anexado nos Memórias do Bixiga.  Assista e aprenda a letra, pois este enredo é um forte candidato a ser campeão do carnaval paulista do ano que vem.      
(Créditos: Eloisa Mercuri)

Então, não deixem de conhecer o samba da Vai- Vai. Os ensaios acontecem aos domingos, e quando estão perto do carnaval, as quintas também.


Read more
Posted in historia
Postagens mais recentes Página inicial

Subscribe RSS

Search

Postagens populares

  • Conheça 10 curiosidades sobre o Bixiga

Arquivos do Blog

  • ▼  2013 ( 11 )
    • ▼  dezembro ( 2 )
      • A Feirinha de Antiguidades do Bixiga
      • Armandinho do Bixiga e sua história de amor pelo b...
    • ►  novembro ( 9 )
      • Por que um bairro afro italiano?
      • Conheça 10 curiosidades sobre o Bixiga
      • A Festa da Nossa Senhora Achiroppita
      • Bixiga: reduto da arte
      • Elis Regina & Adoniran Barbosa: Um samba no Bixiga
      • A curiosidade por trás das músicas de Adoniran Bar...
      • A fé que move um bairro no coração de São Paulo
      • Mamma mia ! A gastronomia no Bixiga é de dar água ...
      • Vai - Vai : o samba que embala o Bixiga

2013 Memórias do Bixiga Design by WP Themes Expert | Blogger Templates by Blogger Template Place | supported by One-4-All