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A curiosidade por trás das músicas de Adoniran Barbosa


Por Priscila Fonseca
Filhos de imigrantes italianos (seus pais vieram de Veneza para Valinhos, em São Paulo), João Rubinato, mais conhecido como Adoniran Barbosa, pai do samba paulista, encantou as ruas do Bixiga com suas lindas composições.


Em suas letras contribuiu com uma fala própria, puxada ao italiano, com o som dos bairros populares onde se formo uma espécie de cultura paulista, celebrada por Alcântara Machado, Oswald e Mário de Andrade.
Nos sambas, usou pausas quase obrigatórias, forçando a intervenção dos violões com um estilo próximo das músicas do interior. Muitas delas têm uma história contada pelo próprio Adoniran para o especial da Abril “História da Música Brasileira”, com textos do jornalista, na época, Ubiraja Coutinho. O disco de vinil com todas essas curiosidades foi lançado no ano de 1972.

Para quem é fã e quer ter uma antiguidade desta guardada, pode encontrar esse disco em sebos no próprio Bixiga e na Praça da Sé.

Disco de vinil Adoniran Barbosa e Paulo Vanzolini - Especial Editora Abril (Créditos: Priscila Fonseca)


Histórias por trás das músicas de sucesso

Trem das Onze: O maior sucesso de Adoniran Barbosa. A letra é simples e o tema fiel aos problemas enfrentados pelas classes sociais que moram longe dos centros urbanos. A música tem ainda uma versão na voz dos "Demônios da Garoa". A canção foi gravada em 13 de agosto de 1964.




Samba do Arnesto: A exemplo do que ocorre com a maioria das composições de Adoniran, esta também é baseada num fato real: o boêmio por excelência, jamais dispensou convite para um bom samba. Durante um passeio, com os amigos Joca e Mato Grosso, encontraram um lugar chamado “Arnesto” fechado. A ideia para o samba surgiu no bonde, durante o caminho de volta. Ela foi gravada em 14 de outubro de 1971.






Saudosa Maloca: Na Rua Aurora, havia um casarão abandonado, o antigo Hotel Albion, onde hoje está o Cine Áurea, que na época, era um abrigo para pessoas. Adoniran frequentava o local e tornou-se amigo de Joca e Mato Grosso que viviam no casarão. Quando foi iniciada a demolição do lugar, Adoniran passou por lá e não encontrou vestígio dos amigos. “Sumiram”, ele conta, “fiquei triste com a ideia de fazer samba para eles. Tava na rua andando do Viaduto do Chá para a Quintino Bocaiúva, e o samba foi saindo, letra e música tudo junto”, disse em reportagem. Além de documentar o samba da cidade, a exemplo da maioria das composições de Adoniran, essa canção é importante por que registra a linguagem popular, tal como é falada cotidiamente.





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